Redação AECweb / Texto: Juliana Nakamura
A eficiência do departamento de compras e de gestão de suprimentos é um fator de sucesso para as construtoras, independente do seu porte ou segmento de atuação. Ela está atrelada ao atendimento a requisitos de qualidade, ao cumprimento de prazos e custos pré-estabelecidos, à satisfação do cliente final e à lucratividade dos negócios. Contudo, em seu dia a dia, os profissionais que atuam nessa área precisam superar uma série de desafios para atingir os melhores resultados. A seguir elencamos alguns desses obstáculos e estratégias para superá-los. Confira:
1 – POUCO PRAZO DISPONÍVEL PARA AS COMPRAS
A tomada de preços e a negociação com fornecedores são processos decisivos para o sucesso de uma compra. Mas como conseguir isso quando há pouco tempo disponível? As compras emergenciais estão entre as principais causas de estouro de orçamentos e devem ser evitadas ao máximo. Para tanto, bom planejamento e gestão de estoques são imprescindíveis.
2 – ENCONTRAR FORNECEDORES DE MATERIAIS
Segundo Nilson Soares da Silva Filho, diretor de operações da MPD Engenharia, um dos maiores desafios enfrentados pelas equipes de compras é encontrar fornecedores parceiros que consigam ofertar insumos e soluções com qualidade constante. Ele conta que a pandemia de Covid-19 trouxe ainda mais complexidade a esse cenário, com o aumento de preços e escassez de diversos insumos. Para evitar perdas maiores, uma das soluções é a antecipação das contratações quando possível. “É verdade que isso gera uma antecipação financeira, mas ajuda a garantir o material em obra”, diz Soares.
Em João Pessoa (PB), assim como em outras cidades, as construtoras dependem de fornecedores de outros estados e sofrem com prazos de entrega, revela Fernando Gomes, responsável pelas áreas de projetos, acompanhamento econômico de obras, e suprimentos do Grupo Alliance. “Enfrentamos também uma escassez grande de prestadores de serviço. Em alguns casos, ficamos restritos a poucos nomes, o que dificulta a negociação e faz com que os custos aumentem”, afirma Gomes.
3- DESPERDÍCIO DE TEMPO COM ATIVIDADES MANUAIS
Em departamentos de compras não raramente perde-se muito tempo com a administração de atividades que não agregam valor à empresa. Isso acaba transformando o profissional de compras em alguém mais voltado ao operacional, do que às funções estratégicas. A solução para essa distorção passa pela digitalização e pela automatização dos processos. “Essas tecnologias proporcionam a otimização dos processos de compra, além do compartilhamento de informações mais precisas para tomadas de decisões mais rápidas”, comenta Soares, da MPD.
4- FALTA DE PADRONIZAÇÃO NO PROCESSO DE COMPRAS
A equalização das propostas recebidas pelas construtoras é uma das atividades que tomam o tempo dos profissionais de compras. Isso acontece porque, muitas vezes, os fornecedores respondem a tomadas de preço cada um de uma maneira, em uma plataforma e utilizando uma unidade de medida diferente. Padronizar o envio de solicitações e incluir descrições detalhadas sobre o que se quer comprar são práticas que podem diminuir esse transtorno. “Tecnologias, como as plataformas de e-commerce, também adicionam produtividade e assertividade às compras ao automatizar tarefas e padronizar processos”, afirma Bruno Oliveira, executivo de contas na Construmarket.
5- QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES E PRESTADORES DE SERVIÇO
Quando um fornecedor não consegue atender a um padrão mínimo de qualidade, todo o desempenho da construtora e da obra são colocados em risco. Daí a necessidade de planejar cuidadosamente o processo de seleção, buscando referências e analisando o mercado.
Segundo Fernando Gomes, a qualificação de um fornecedor deve passar por três fatores principais: conhecimento da capacidade produtiva da empresa, conferência da sua situação financeira, e finalmente, análise do histórico de atendimento a outros clientes. “Também é muito importante realizar avaliações dos fornecedores após cada etapa concluída, de forma a garantir a melhoria contínua no fornecimento”, acrescenta Nilson Soares.
Baixe aqui um mapa comparativo de propostas para facilitar seu processo de cotae ção.
COLABORAÇÃO TÉCNICA
Fernando Gomes — Engenheiro civil com MBA em gerenciamento de projetos, atua há mais de trinta anos na construção civil nas praças de Fortaleza, Natal e João Pessoa. É responsável pelas áreas de projetos, acompanhamento econômico de obras e suprimentos do grupo Alliance.
Nilson Soares da Silva Filho — Engenheiro civil com 18 anos de experiência no mercado de construção civil. É diretor de operação da MPD Engenharia.
Bruno Oliveira — Executivo de contas na Construmarket, atua na área comercial do Construcompras.