8 dicas para comprar revestimentos cerâmicos

Homem e mulher escolhendo revestimentos de cerâmica

O caminho mais seguro para a compra de revestimentos cerâmicos é selecionar fornecedores entre as empresas qualificadas no Programa Setorial da Qualidade (PSQ), participante do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). E, também, certificadas pelo Centro Cerâmico do Brasil (CCB), que é um Organismo Acreditado pelo Inmetro (OAC).

A relação de todos os fabricantes qualificados está publicada no site do programa. De posse das especificações do projeto, o comprador seleciona aqueles aptos a fazer parte do grupo de fornecedores de revestimentos cerâmicos da construtora.

“Assim, ele não terá que comprovar que adquiriu produto em conformidade com as normas técnicas. Situação que, muitas vezes, obriga o profissional a buscar relatórios técnicos junto ao fabricante, principalmente quando a obra é financiada pela CAIXA”, orienta Anderson Vieira Chaves, consultor de Gestão da Qualidade da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer).

Ao optar por fabricantes qualificados, a área de suprimentos não precisa, necessariamente, conhecer a fundo as normas técnicas que regem a fabricação do material. “Por se tratar de fornecedores acompanhados trimestralmente por um órgão de terceira parte acreditado pelo Inmetro, elimina-se a necessidade de a construtora realizar ensaios nos lotes adquiridos, o que reduz custos”, completa o consultor.

Importância da qualificação e avaliação dos fornecedores para a qualidade da obra

VERIFIQUE O GRUPO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA DO REVESTIMENTO E O LOCAL DE USO

Há uma série de cuidados a serem adotados tanto para a especificação quanto para a aquisição do material. O comprador deve se atentar para o grupo de absorção de água do revestimento cerâmico e o local de uso exigido pela especificação técnica. A maioria das placas comercializadas é a semiporosa, categoria BIIb com absorção de 6 a 10%, ideal para piso e parede, em áreas internas e externas. Já o BIII (Poroso) tem absorção maior que 10%, específico para paredes internas.

O porcelanato técnico tem absorção de até 0,1% e o esmaltado de menos 0,5%. “Ou seja, é um produto mais nobre, que pode ser colocado em área interna, externa de alto tráfego e fachadas”, diz.

Tabela: Centro Cerâmico do Brasil (CCB)

MAIS BRILHO, MAIS RISCOS

O especialista ensina que, quanto maior for o brilho da placa cerâmica, mais sensível será a riscos superficiais. É preciso, portanto, evitar a compra de revestimento de alto brilho para ambientes acessados por áreas onde há areia, terra ou pedras.

AVALIE O COEFICIENTE DE ATRITO

“Não é a qualidade do produto que vai comprometer a especificação. Ao contrário, é a especificação incorreta que pode comprometer a qualidade do revestimento”, observa, recomendando que o coeficiente de atrito seja avaliado em conjunto com outras características do produto.

Os catálogos técnicos das empresas fabricantes certificadas e qualificadas no PBQP-H informam sobre as características técnicas do revestimento cerâmico. O comprador deve utilizá-los para consulta e direcionamento da escolha do produto. Os departamentos técnicos dos fabricantes oferecem suporte para a compra do modelo da placa cerâmica que melhor atende às necessidades do projeto da construtora.

“Não é a qualidade do produto que vai comprometer a especificação. Ao contrário, é a especificação incorreta que pode comprometer a qualidade do revestimento”, afirma Anderson Vieira Chaves

Baixe aqui um mapa comparativo de propostas para facilitar seu processo de cotação.

COMPRE O SISTEMA: PLACAS, ARGAMASSA E REJUNTE

A compra de revestimento cerâmico é mais do que a do produto em si, mas de um sistema constituído pelas placas cerâmicas, argamassa colante e rejunte. O comprador deve verificar junto ao fornecedor da cerâmica qual argamassa colante deve ser utilizada. “Isto é muito importante para evitar problemas futuros, como desplacamento ou má aderência da placa ao contrapiso”, explica Vieira.

SIGA AS RECOMENDAÇÕES À RISCA

Hoje, existem peças de grandes dimensões, o que exige orientação a quem vai assentar. Quanto maior a peça, mais cuidados devem ser seguidos, conforme as recomendações do catálogo do fabricante e as impressas nas embalagens. O assentamento correto assegura o bom desempenho do produto.

USE E SE INFORME COM O CANAL ENGENHARIA

As indústrias de revestimentos cerâmicos dispõem, em sua área comercial, do chamado “canal engenharia”, para o atendimento das compras diretas das construtoras. “Elas têm uma política de preços direcionada, até por se tratar de grandes volumes. São vendas mais técnicas, o que envolve informações e comprovação da qualidade do produto. Fazem, ainda, o acompanhamento na obra e, se necessário, o treinamento da equipe que vai assentar as peças”, comenta Vieira.

Por regra, a compra de cerâmica é feita sempre em quantidade maior do que a que será consumida nos ambientes da edificação. Chamado de reserva técnica, esse excedente cobre a eventual quebra de peças no manuseio ou por questão do corte de peças. E, por fim, pela necessidade futura de reparos decorrentes de manutenções, evitando discrepâncias na tonalidade e tamanho.

“Os fabricantes trabalham com lote único na entrega do pedido para as construtoras. Abrange dados como data de fabricação, tamanho e tonalidade”, conclui Anderson Vieira Chaves.


Redação AECweb / Construmarket


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Colaboração técnica

Anderson Vieira Chaves – Bacharel em Administração de Empresas com Ênfase Comércio Exterior pela Universidade Paulista – UNIP (2003). Pós-graduação: Especialização em Qualidade e Produtividade – Vanzolini/POLI USP. Desde 1995, atua no Centro Cerâmico do Brasil (CCB) como auditor líder de Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001; auditor especialista de Produtos Placa Cerâmica, Telha Cerâmica, Telha de Concreto, Bloco Cerâmico Laboratório pela ISO IEC 17025.

Participação de reuniões de revisões de normas técnicas de produtos telha cerâmica, telha de concreto e placa cerâmica junto a Comissões de Estudos da ABNT. Participação na elaboração de Regulamento de Avaliação de Conformidade – RAC junto ao INMETRO. Desde 2014, trabalha na Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) apresentando palestras em revendas, articulando parcerias com entidades e indústrias do segmento e desenvolvendo projetos de Gestão da Qualidade, além de dar apoio técnico para a Expo Revestir.

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