Incorporando e construindo edifícios sustentáveis – muitos deles certificados –, a Joal Teitelbaum, de Porto Alegre, acumula experiência na compra de materiais e sistemas ‘verdes’.
De acordo com o engenheiro Jader Teitelbaum, diretor da construtora, devido à visibilidade que a empresa possui no desenvolvimento de projetos sustentáveis, ela é constantemente assediada por fornecedores nacionais e internacionais que desejam apresentar produtos inovadores nesta área.
Filiada ao USGBC (United States Green Building Council) e ao GBC Brasil, a empresa está em permanente contato com novas tecnologias. Atualiza-se, também, com leitura da mídia especializada, congressos e correspondências que recebe.
(…) A consciência de quem trabalha no setor e vende as vantagens de ter um prédio sustentável deve estar relacionada com a responsabilidade de utilizar um sistema de alta qualidade e durabilidade, pois baixo custo de manutenção também é muito importante ao projetar um prédio sustentável Jader Teitelbaum
Apesar disso, e por se tratar de uma área que exige expertise, o setor de compras da companhia mantém alguns parceiros. “Mas isto não nos deixa acomodados. Estamos sempre abertos a novas parcerias e tecnologias, pois acreditamos que somente com a permanente melhoria dos processos teremos a excelência”, diz Jader.
Até agora não foi necessário desenvolver fornecedores, mas, diz ele, é comum a prática de fomentar em alguns deles o entusiasmo pela sustentabilidade e a importância deste processo.
“Fazemos um paradigma: assim como a maioria dos carros hoje possui vidro elétrico, os quesitos de sustentabilidade serão exigências obrigatórias do mercado no futuro. Como utilizamos tecnologias próprias da sustentabilidade, os projetistas foram obrigados a se atualizar e incorporar estes pré-requisitos em seus projetos”, revela.
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PAINÉIS FOTOVOLTAICOS e ETES…
Entre os sistemas que ainda apresentam desafios no momento da compra, estão os painéis fotovoltaicos. “Isto porque continuam em desenvolvimento e, também, em função do custo do produto e dos resultados efetivos”, observa. Já os sistemas de tratamento e reúso de água de esgoto (ETE), por seu processo complexo, pedem fornecedores especializados. E mais: é preciso que o público aceite utilizar uma água com alguma coloração nas caixas acopladas.
“As pessoas admitem o uso de uma água colorida em aeroportos no exterior, mas não aceitam que a água da caixa acoplada de sua casa não seja cristalina. Isto é uma cultura que iremos adquirir pela própria necessidade, pois a cada dia os custos de energia e de água serão maiores, e temos que aprender que os recursos naturais são finitos”, pontua Jader.
Se não houver sinergia e vontade do projetista com o dono da obra em procurar um produto ecologicamente correto, com alto grau de durabilidade e preços competitivos, não conseguiremos atingir a referida especificação Jader Teitelbaum
Economizar nas compras desses itens que, em geral, têm maior valor agregado e com percentual mais elevado em relação ao custo total da obra, pode comprometer o desempenho do edifício.
“O acréscimo de pré-requisitos de sustentabilidade gira em torno de 3% do custo da obra. Acredito que a consciência de quem trabalha no setor e vende as vantagens de ter um prédio sustentável deve estar relacionada com a responsabilidade de utilizar um sistema de alta qualidade e durabilidade, pois baixo custo de manutenção também é muito importante ao projetar um prédio sustentável”, comenta o engenheiro.
A especificação correta feita pelo projetista é determinante para evitar erros ou uma compra pelo menor preço e baixa qualidade.
“Se não houver sinergia e vontade do projetista com o dono da obra em procurar um produto ecologicamente correto, com alto grau de durabilidade e preços competitivos não conseguiremos atingir a referida especificação. O projetista tem o dever de conhecer esse mercado, propor soluções sustentáveis e seus respectivos custos estimados, para que o proprietário da obra tenha o real poder de decisão”, conclui.
Redação AECweb / Construmarket
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Colaborou para esta matéria:
Jader Teitelbaum – engenheiro civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS). Desde 1991, atua como engenheiro na Empresa Escritório de Engenharia Joal. Teitelbaum onde hoje é Diretor de Projetos e Relacionamento com o Mercado.
