Erro na compra de fios e cabos elétricos pode ser fatal

Alguns produtos podem colocar em risco a saúde e a segurança dos usuários e da edificação.
Homem medindo um quadro de energia com um multímetro

Alguns produtos utilizados na Construção Civil podem colocar em risco a saúde e a segurança dos usuários e da edificação, caso sejam fabricados de maneira inadequada. Para evitar problemas, fios e cabos elétricos, extintores de incêndio, botijões, mangueiras e reguladores para gás, entre outros, têm seu processo de fabricação regulamentado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Esses itens são de certificação compulsória e obrigados a obedecer a normas específicas de fabricação.

O secretário executivo da Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos (Qualifio), Maurício Sant’Ana, diz que o comprador tem papel importante na escolha dos fios e cabos, pois uma aquisição errada poderá comprometer a segurança do empreendimento.

“Cabos inadequados superaquecem e comprometem toda a rede elétrica do edifício. Além do maior consumo de energia, podem provocar curto-circuito e, consequentemente, incêndios”, alerta Sant’Ana. “Uma dica para o comprador é sempre adquirir produtos certificados. Se o material foi avaliado por órgão certificador acreditado pelo Inmetro, é de boa qualidade”, diz o secretário executivo.

Cuidados

Existem duas normas que orientam a especificação do produto adequado a cada situação: a ABNT NBR 247:2006, para fios e cabos, e a ABNT NBR 13249:2000, para cordões flexíveis paralelos ou torcidos. Normalmente, o comprador recebe do engenheiro responsável pela obra as especificações do material e faz a compra conforme as instruções.

Portanto, segundo Santana, o comprador não precisa ter a formação de engenheiro ou técnico eletricista, basta que verifique se o produto adquirido respeita as normas e apresenta, obrigatoriamente, o selo do Inmetro ou de outra certificadora autorizada em sua embalagem.

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O secretário executivo afirma que, como pode haver dúvidas no momento da compra, os fabricantes encaminham catálogos com especificações de seus produtos para as construtoras. “Se, mesmo assim, os fios e cabos elétricos forem comprados de maneira errada, o ideal é solicitar a troca, pois o risco em ficar com material inadequado é muito grande”, alerta.

Para realizar a troca, as construtoras devem entrar em contato com as empresas que venderam o produto. “A negociação entre quem constrói e os fabricantes é fácil. Porém, quando a compra é feita em lojas, o comerciante é que deve providenciar a substituição do material”, orienta Sant’Ana.

CC NEGOCIACAO E COMPRAS PARA A CONSTRUCAO CIVILbanner

Falhas comuns

O principal erro cometido pelos compradores é em relação à seção do fio (bitola). Por exemplo, pode acontecer de o projetista solicitar um fio de 2,5 mm e o profissional de compras adquirir o de 1,5 mm. O material chega e, se ninguém perceber o equívoco, a instalação acaba sendo feita com o produto errado.

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É possível identificar o tipo de cabo por meio de uma gravação impressa na parte externa do fio, onde está descrita toda a sua especificação, inclusive o logotipo do Inmetro ou do órgão certificador. Por ser muito pequena, não é simples de ler, entretanto, a embalagem também traz informações sobre o produto, como a bitola do fio e o selo de certificação atestando a qualidade. Nesse ponto, o instalador também desempenha um papel importante.

Caso entenda que o material é inadequado, deve avisar o comprador para que as providências sejam tomadas. “Afinal, o instalador é o profissional que tem que brecar qualquer procedimento errado, pois o projetista descreve, o comprador adquire, mas é o instalador que recebe o cabo nas mãos e deve conferir se as especificações estão corretas antes de instalá-lo”, adverte.

Baixe aqui um mapa comparativo de propostas para facilitar seu processo de cotação.

Preço

Na hora de negociar o preço do material é preciso atenção à certificação. A busca por preços menores pode resultar na obtenção de produtos de qualidade inferior, expondo o empreendimento a riscos desnecessários.

“A negociação de valores sempre existe, mas deve ser feita com empresas que ofereçam produtos certificados. É preciso ter cuidado, porque o produto mais barato é, em geral, o de menor qualidade. Não há como fugir do preço”, conclui Sant’Ana.

Para encurtar o caminho da especificação e compra, a relação das empresas associadas que têm compromisso de ética com a qualidade está disponível no site www.qualifio.org.br.


Redação AECweb / Construmarket


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COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

Maurício SantAna– Engenheiro com mais de 30 anos de experiência em fábricas de condutores elétricos. Atuou durante 12 anos como consultor nas áreas de qualidade e produtividade e atualmente é secretário executivo da Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos (Qualifio).

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