Compra de gesso segue ABNT13207 e Diretriz 08/Sinat

O gesso pode ser utilizado na construção e revestimento de paredes, contrapiso e forros de teto
Compra de gesso deve ser orientada pela ABNT 13207 e pela Diretriz 08 do Sinat

O Brasil produz 5,4 milhões de toneladas de gesso por ano, sendo que entre 85% e 90% deste total é utilizado na Construção Civil como placas para forro e material para revestimento. Na maioria dos casos, segundo informações do vice-presidente do Sindicato da Indústria do Gesso de Pernambuco (Sindusgesso), Josias Inojosa de Oliveira Filho, quem define a compra dos produtos de gesso no processo construtivo é o dono da construtora, o diretor técnico, ou o arquiteto responsável pela obra.

Ele afirma que o gesso pode ser utilizado na construção e revestimento de paredes, contrapiso e forros de teto. “Os blocos pré-moldados de gesso podem ser utilizados em paredes externas e também em áreas molhadas como banheiros, cozinhas e áreas de serviço”. Nesses casos, orienta, devem ser utilizados blocos hidrofugos, na cor azul.

Para as áreas de grandes aglomerações existem os blocos reforçados com fibra de vidro GRG. Já em áreas especiais, como corredores de edifícios comerciais, escolas e universidades, que exigem condições acústicas melhoradas, devem ser usados pré-moldados de maior espessura.

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ERROS FREQUENTES

É importante conhecer as garantias oferecidas e verificar se o produto atende à norma da ABNT – 13207 – Gesso para Construção Civil, e à Diretriz 08 do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat) do Ministério das Cidades Josias Inojosa de Oliveira Filho

Segundo Oliveira Filho, um erro comum entre os profissionais de suprimentos no momento da compra é acreditar que todo gesso é branco e que todos os produtos são iguais, sem distinção de qualidade ou de fabricante. “Outro equívoco é decidir a negociação sem conhecer o fornecedor e escolher apenas em função do preço”, diz.

Para evitar problemas o especialista orienta que o comprador deve analisar cada fornecedor, buscar informações técnicas sobre o produto, seu uso e condições de armazenagem. “É importante conhecer as garantias oferecidas e verificar se o produto atende à norma da ABNT – 13207 – Gesso para Construção Civil, e à Diretriz 08 do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat) do Ministério das Cidades. Além disso, diz, o departamento de suprimentos deve solicitar ensaios técnicos dos produtos, realizados por laboratório credenciado pelo Inmetro”, orienta.

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VANTAGENS

Para o vice-presidente do Sindugesso, além de oferecer vantagens funcionais em relação à alvenaria convencional, de cerâmica vermelha e de cimento, os blocos de gesso proporcionam economia de até 20% no processo de construção de edifícios. “Estudos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo e do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) comprovam que as paredes de blocos de gesso oferecem maior resistência do que as construídas com tijolos cerâmicos ou de cimento”, revela.

Ele comenta que no Brasil, na Austrália e em outros países, são construídos edifícios de apartamentos e prédios corporativos com alvenaria externa em blocos de gesso. “A impermeabilização perfeita e a manutenção correta da fachada, para que permaneça sempre impermeável, são fundamentais para a vida útil da edificação. A alvenaria de gesso exige o mesmo cuidado que se tem com fachadas construídas com tijolo cerâmico ou de cimento”, diz.

Oliveira Filho comenta, ainda, que no Brasil, o uso de blocos de gesso nas paredes externas não é maior devido a casos de infiltração que são imputados aos blocos de gesso. “Esses problemas surgem em razão da má execução do trabalho ou pela falta de manutenção do revestimento de fachada”, explica. Em sua análise, isso ocorre devido à falta de cultura em relação ao uso do gesso como material nobre na Construção Civil brasileira. “Mas este quadro está mudando e os produtos de gesso estão ganhando cada vez mais espaço”, diz.

ACABAMENTO E ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO

Os produtos de gesso estão ganhando cada vez mais espaço Josias Inojosa de Oliveira Filho

A indústria gesseira disponibiliza vários produtos no mercado, como gesso para revestimento manual; gesso para revestimento projetado; massa de gesso para acabamento; cola de gesso para pré-moldados; contrapiso autonivelante; placas lisas pré-moldadas e blocos pré-fabricados para vedação vertical (construção de paredes).

O material de revestimento, diz, pode ser aplicado sobre superfícies de blocos cerâmicos, lajes, vigas de concreto, sobre massa única e sobre blocos de isopor. Oliveira Filho afirma que o gesso oferece mais rapidez na aplicação, melhor acabamento, melhor isolamento térmico e acústico, quando comparado aos resultados do reboco tradicional.

BACIA DO ARARIPE CONCENTRA MINERAIS DE MELHOR QUALIDADE

A matéria-prima do gesso é a gipsita, mineral encontrado no norte e nordeste do país. Em torno de 90% das reservas brasileiras deste mineral estão concentradas na Bahia, Pará e Pernambuco. Ela também é encontrada no Maranhão, Ceará, Piauí, Tocantins e Amazonas. As reservas que apresentam melhores condições de aproveitamento econômico estão localizadas na Bacia do Araripe, região de fronteira dos Estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.

A gipsita é composta por 20% de água e quando desidratada se transforma em pó de gesso. A indústria produz blocos para levantar paredes, no tamanho de 40 cm x 60 cm, plaquetas para forro com 60 cm x 60 cm, molduras rodateto, sancas e peças prontas. O gesso também é utilizado com molde para produção de louças sanitárias.


Redação Portal AECweb / Construmarket


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Colaboração técnica

Josias Inojosa de Oliveira Filho – Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). MBA Executivo em Marketing na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e MBA Internacional APG AMANA KEY (SP). Atualmente é o 1º vice-presidente do Sindusgesso – Sindicato das Indústrias de Extração e Beneficiamento de Gipsita, Calcáreos, Derivados de Gesso e de Minerais Não Metálicos do Estado de Pernambuco.

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