As construtoras, normalmente, adquirem as lâmpadas nas revendas ou comércio especializado, conta Aldo Landaeta, líder de Marketing e Produtos de Iluminação da Philips do Brasil. “Essas lojas conseguem dar um atendimento mais customizado ao cliente. E somente em grandes obras é comum optarem pela compra diretamente das indústrias”, explica.
No momento da compra, Landaeta ressalta que é importante o profissional dominar o assunto para a realização de um bom negócio. “É fundamental, por exemplo, saber se há alguma condição a ser atendida em termos de eficiência energética ou consumo máximo total em watts; qual o produto que está especificado no projeto como o tipo de lâmpada ou reator; ou se existe alguma restrição para o uso de produtos com mercúrio. Se houver, é possível optar por lâmpadas LED, que proporcionam economia de energia e vida útil prolongada, e não contêm a substância”, diz.
É importante, ainda, saber o tempo de duração das lâmpadas e reatores, uma vez que essa característica influencia na necessidade de manutenção. Já a temperatura de cor altera a aparência do ambiente a ser iluminado.
“É fundamental buscar marcas tradicionais e reconhecidas no mercado e ficar atento ao tempo de garantia e qualidade do produto – nem todas as tecnologias possuem regulamentação do Inmetro. A relação custo-benefício ou o tempo de retorno do investimento também são fatores que devem ser levados em consideração. Alguns tipos de tecnologia como LED, por exemplo, podem ter um custo inicial de aquisição mais elevado, porém, a economia de energia e a maior vida útil se traduzem em custos reduzidos de operação e manutenção. E, para avaliar o tipo de produto a ser usado, é importante saber qual o momento em que o investimento se paga e começa a gerar economia”, afirma.
CUIDADOS BÁSICOS
É fundamental, por exemplo, saber se há alguma condição a ser atendida em termos de eficiência energética ou consumo máximo total em watts; qual o produto que está especificado no projeto como o tipo de lâmpada ou reator; ou se existe alguma restrição para o uso de produtos com mercúrio. Se houver, é possível optar por lâmpadas LED, que proporcionam economia de energia e vida útil prolongada, e não contêm a substância
Ao receber o produto, Landaeta indica que o comprador observe se o mesmo está em conformidade com o especificado e qual o estado das lâmpadas e caixas, pois pode significar que já houve algum tipo de manuseio anterior. “Para evitar perdas durante o transporte é necessária a preparação adequada da carga e, dependendo do produto, maior cuidado, como no caso de lâmpadas fluorescentes tubulares de vidro”.
REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO
A Portaria Interministerial 1007 dos Ministérios de Minas e Energia – MME, da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI – e do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior – MDIC -, publicada no dia 31 de dezembro de 2010, fixou índices mínimos de eficiência luminosa para fabricação, importação e comercialização das lâmpadas incandescentes de uso geral em território brasileiro. “As que não atingirem até 2016 a eficiência mínima definida serão banidas do mercado, de acordo com cronograma estabelecido pela Portaria”, afirma Isac Roizenblatt, engenheiro e diretor Técnico da Abilux – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação.
“Enxergamos isso como positivo para a indústria, o mercado e o país. Através da utilização de tecnologias mais eficientes, com menor consumo e maior vida, todos têm a ganhar. A regulamentação das tecnologias alternativas pelo Inmetro desempenha um papel importante nesse cenário. Hoje já temos as lâmpadas fluorescentes compactas e a vapor de sódio regulamentadas”, comenta o líder.
ALTERNATIVAS
Como alternativas às lâmpadas incandescentes comuns é possível usar as fluorescentes compactas, incandescentes halógenas e a LED, afirma Roizenblatt. “Outra opção é substituir o soquete de rosca e instalar conjuntos – luminárias e fontes de luz – mais eficientes como, por exemplo, luminárias com lâmpadas fluorescentes tubulares ou compactas, e luminárias com LEDs. Com as substituições das lâmpadas, os consumidores passarão a pagar menos na conta de luz. Por exemplo, se compararmos uma lâmpada incandescente de 100 watts com uma fluorescente compacta de 23 watts, a economia é de cerca de R$30 em mil horas de utilização ou aproximadamente um ano”.
O engenheiro explica que a conversão de energia elétrica em luz e calor tem valores diferentes conforme a tecnologia. “Lâmpadas incandescentes possuem 5% de luz e 95% de calor, já as fluorescentes compactas tem 15% de luz e 85% de calor, e o LED conta com 30% de luz e 70% de calor. Assim, o meio ambiente ganhará com a menor produção de calor, de CO2 e, portanto, de efeito estufa. O país ganhará economizando recursos para gerar e transmitir energia. Países como Argentina, Japão, Cuba, Comunidade Europeia, Austrália e Nova Zelândia já concluíram os seus programas. Os Estados Unidos concluirão em 2014 e Japão e China estão incentivando a passagem das lâmpadas incandescentes diretamente para as lâmpadas a LED”, reforça.
No que diz respeito às lâmpadas consumidas nos últimos três anos, de acordo com o diretor, é possível notar que, embora ainda seja alto o consumo das incandescentes no Brasil, mesmo antes da entrada em vigor da Portaria Interministerial que restringe sua fabricação e comercialização, já se registrava uma queda no consumo, que passou de 300 milhões de lâmpadas em 2011 para 250 milhões em 2013.
LÂMPADAS LED
As lâmpadas que não atingirem até 2016 a eficiência mínima definida serão banidas do mercado, de acordo com cronograma estabelecido pela Portaria
“A Abilux estima que a aceitação da tecnologia LED deva crescer mais de 30% ao ano em lâmpadas, módulos e luminárias. As vantagens energéticas, estéticas e ambientais têm motivado a transformação do mercado. Há uma quebra de paradigma. E com a eficiência subindo e os preços caindo, os produtos com LED tornam-se mais acessíveis e convenientes, mostrando retorno sobre o investimento em prazos mais curtos”, comenta Roizenblatt.
Há previsões de que no mundo, por volta de 2020, cerca de 70% do faturamento em iluminação seja de produtos com LED. “Esse tipo de iluminação já superou em eficiência todas as lâmpadas usuais de mercado, inclusive as fluorescentes, de vapor metálico e de sódio em alta pressão, além das outras vantagens. As lâmpadas, módulos e luminárias com LED podem ser utilizados hoje em praticamente quase todas as aplicações. É apenas uma questão de especificação e cálculo do custo- benefício. As lâmpadas fluorescentes compactas têm vida mediana superior a 6 mil horas; as a vapor de sódio em alta pressão chegam a uma vida mediana de 32 mil horas e lâmpadas LED podem chegar a uma vida útil superior a 50 mil horas”, explica o engenheiro, e completa: “O mercado de luminárias no Brasil que utiliza LEDs ainda é pequeno, mas seu crescimento mostra-se rápido, acompanhando o que acontece em boa parte do mundo”.
POLÍTICA DE LOGÍSTICA REVERSA
Na legislação, o descarte das lâmpadas é dever dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público. No caso de lâmpadas que contêm mercúrio, a Abilux tem mantido reuniões com o MMA – Ministério do Meio Ambiente, e já entregou, em 2012, uma proposta que atende a lei e ao decreto. “A proposta da Abilux considera também a criação de uma gestora de resíduos independente e sem fins lucrativos, que irá gerir todo o processo em conexão com os pontos de coleta e transbordo conveniados dos transportadores e das recicladoras contratadas”, afirma Roizenblatt.
O engenheiro explica ainda que a logística reversa pode custar tanto ou mais do que o próprio produto, diferentemente de outros itens em que a logística reversa custa 1%, 2% ou, no máximo, 5% do valor de um produto novo. “Em face deste custo, e considerando a fragilidade das lâmpadas, é importante que haja sustentabilidade econômica e ecológica em todo o processo. O custo do descarte final dependerá do que for aprovado em um acordo setorial e do número de gestoras a serem constituídas. A existência de uma única empresa gestora trará um custo menor aos consumidores”.
Segundo ele, há mais de dez recicladoras no país cobrindo todo o território nacional e que já reciclam, por contratos, lâmpadas de muitas empresas e entidades. “As recicladoras utilizam tecnologias adquiridas ou desenvolvidas no Brasil isoladamente ou em conjunto com universidades. O Edital de Chamamento para o Acordo Setorial fala em uma meta de referência de 20% a ser atingida em cinco anos”.
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Redação AECweb / Construmarket
Colaboraram para esta matéria:
Isac Roizenblatt – Engenheiro elétrico, Mestre em Energia, coordenador de normas técnicas da área de iluminação e diretor técnico da Abilux – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação.
Aldo Landaeta – Líder de Marketing e Produtos de Iluminação da Philips do Brasil.