RFM Construtora usa sistema Just in time em todas as obras

A logística de suprimentos deve ter por objetivo garantir que os materiais e serviços estejam no canteiro de obras no momento de sua utilização, cuidando para que não haja paralisação dos trabalhos por falta de insumos. “Um dos procedimentos da nossa construtora é não estocar materiais. Adotamos o sistema Just in Time em todas as obras”, diz o engenheiro Eduardo Zaidan, diretor da RFM Construtora. Ele explica que esta prática se justifica por uma questão de caixa e como medida de segurança, para evitar roubo e assegurar a entrega do material de acordo com as necessidades da construção.

Compras agrupadas

Zaidan explica que a sua empresa constrói várias obras ao mesmo tempo e que procura comprar materiais e serviços em grupo, quando eles serão utilizados mais ou menos na mesma época.

“Por exemplo, se vamos precisar comprar vidros para três obras em um período curto de tempo – um ou dois meses – compramos para as três obras simultaneamente, organizando com os fornecedores o momento correto da entrega em cada uma. No entanto, se uma construção vai usar um material em janeiro e a outra em setembro, a compra é feita isoladamente. Só agrupamos se for conveniente para o andamento dos trabalhos no canteiro”, explica.

Só agrupamos as compras se for conveniente para o andamento dos trabalhos no canteiro

Produtos básicos e itens diferenciados

A RFM Construtora tem atualmente oito obras em andamento e quatro novos projetos localizados na capital paulista, em Santo André, Belo Horizonte e Rio de Janeiro – volume que exige atuação eficiente do departamento de compras e suprimentos. Segundo Zaidan, sua empresa divide o setor de compras em dois grandes grupos: produtos básicos e itens diferenciados.

Os pedidos de compra de materiais básicos, como louças, metais, portas, azulejos, chegam ao departamento de compras e suprimentos por meio de um programa de computador. “O pessoal da obra requisita os materiais diretamente ao setor de compras, que faz as cotações, define a relação de fornecedores para cada item, avalia as propostas e efetua a compra”, observa.

Dentro do segundo grupo entram os serviços, como contratação de mão de obra, instalações elétricas, hidráulicas, caixilhos, ar-condicionado e elevadores. Nesses casos, explica Zaidan, o procedimento de compras é diferenciado. “Como temos várias obras em andamento ao mesmo tempo, trabalhamos com um cronograma grande de suprimentos e contamos com o trabalho de um engenheiro especializado em cada item”, explica.

Estes engenheiros definem o tipo e qualidade do insumo necessário a cada fase da obra, avaliam e selecionam os fornecedores que atendem os requisitos exigidos, e o coordenador da obra decide para quais fornecedores, entre os selecionados, irá encaminhar o pedido de compra. Depois desses procedimentos, as propostas são analisadas e, eventualmente, os fornecedores são visitados para avaliar se têm condições de cumprir o que oferecem. Só então é decidida a compra.

Qualidade

Precisamos estar atualizados para atender projetos de edifícios que buscam certificação de sustentabilidade

As compras realizadas pela RFM sempre atendem aos requisitos técnicos dos produtos e serviços. A empresa segue rigorosos processos de controle de qualidade, visando transmitir segurança e tranquilidade a clientes e fornecedores. “Exigimos laudos e participação dos fornecedores em programas da qualidade. Precisamos estar atualizados para atender projetos de edifícios que buscam certificação de sustentabilidade”, acrescenta.


Ele lembra que, hoje, todos os produtos e serviços devem obedecer aos parâmetros previstos nas normas técnicas da ABNT e que o departamento de suprimentos de sua empresa só compra produtos e serviços em conformidade com as normas. Na hora de receber o item, o pessoal da obra verifica se está dentro das exigências estabelecidas pelo setor de suprimentos.

No caso de instalações, como a do ar-condicionado, sistema hidráulico ou elevadores, não é diferente. Os prestadores de serviços contratados seguem o memorial descritivo, que é elaborado de acordo com as normas técnicas.

Redação AECweb / Construmarket

Leia também:

Seleção de propostas deve considerar conjunto de vantagens

O que é preciso avaliar nas compras da obra?

Relação entre vendedores e compradores depende de planejamento estratégico


COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA:

Eduardo May Zaidan – Diretor da RFM Construtora, formado em Engenharia Civil pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em 1974. Fez MBA em Construção Civil na Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Atualmente é vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP gestão 2011-2013). Foi presidente do Conselho Consultivo do SindusCon-SP na gestão 2006-2008 e diretor de Economia de 1994 a 2011.

administrator:

This website uses cookies.