Setor de compras e suprimentos

Homem olhando o celular em frente ao seu notebook, planejando suas finanças da obra.
Homem olhando o celular em frente ao seu notebook, planejando suas finanças da obra.

Depois de passar por longo período de estagnação e experimentar forte crescimento nos últimos anos, o setor de compras e suprimentos imobiliários apresentam certa estabilização, com crescimento menor, mas contínuo, devido aos investimentos em infraestrutura e moradia social.

O desenvolvimento fez algumas construtoras buscarem novos modelos de administração visando maior competitividade e lucro. Neste movimento, um dos setores atingidos é o de compras e suprimentos que, além de garantir os insumos para as diversas obras em andamento, precisa se preocupar com logística, contabilidade, estoques, qualidade e preços.

Na MBigucci, construtora e incorporadora focada em projetos residenciais, comerciais e industriais, a reestruturação foi iniciada em 2011. “Buscamos a melhoria contínua, fazendo os ajustes necessários”, diz Bianca Regina Rodrigues, coordenadora do Departamento de Suprimentos da construtora.

Ela explica que a empresa preparou um programa com as especificações de compras de maneira detalhada dos principais itens da construção, com fotos, definições embasadas nas normas técnicas brasileiras, e atualizou os procedimentos e rotinas de compras.

“Hoje, se algum funcionário experiente se ausentar, outra pessoa pode ter acesso às rotinas e procedimentos de compras e adquirir os produtos com o mesmo padrão de qualidade”, informa.

O objetivo da implantação do novo modelo de trabalho foi erradicar atrasos e minimizar custos desnecessários, antecipando problemas e soluções. ” Bianca Regina C. Rodrigues

Segmentação

Outra vantagem é que a área de suprimentos pode ser segmentada de acordo com o critério a ser estabelecido pela empresa, para que seja funcional e eficaz.

“Para agilizar o processo, dividimos o setor em Compras e Lançamento de Notas, de modo que a questão fiscal não sobrecarregue o comprador”, diz, e ressalta que é preciso planejar e estruturar as ações para que a obra não fique sem materiais.

“Distribuímos o trabalho interno por obras e não por segmento. Dividimos as obras para os compradores por área total a ser construída, evitando sobrecarga. A responsabilidade do setor vai até o recebimento dos materiais e conferência da Nota Fiscal com base no pedido emitido anteriormente”, afirma.

Baixe aqui um mapa comparativo de propostas para facilitar seu processo de cotação.

MicrosoftTeams image 144

Mudança

Bianca conta que antes da reestruturação, o canteiro orientava as ações de compras. Hoje, o departamento funciona integrado com a construção e acompanha desde o início o cronograma construtivo e as necessidades de compras.

Com isso, é possível identificar e alertar sobre a necessidade de produtos em tempo hábil, para que a equipe consiga atender eventuais emergências.

“O objetivo da implantação do novo modelo de trabalho foi erradicar atrasos e minimizar custos desnecessários, antecipando possíveis problemas e soluções. A meta estabelecida para 2013, por exemplo, é adquirir os produtos que representam o maior montante do empreendimento em seu início, respeitando sempre o cronograma de entrega de cada obra”.

Planejamento para o setor de compras e suprimentos

Bianca explica que a área de planejamento analisa previamente o custo máximo da obra e uma das metas do setor de suprimentos é não ultrapassar este valor.

Para atingir esse objetivo o ideal é buscar sempre o melhor produto no menor custo possível. Existem cursos e treinamentos, gratuitos, específicos de segmentos, que auxiliam o profissional a fazer a melhor aquisição. Outra prática que ajuda a obter bons resultados é fechar pacotes de produtos, como o aço, para todas as obras.

“Todos os materiais são adquiridos pelo setor de suprimentos, desde fundação até acabamento e alguns serviços específicos. Entretanto, para os produtos de alta criticidade e complexidade, propostas com valores elevados, como elevadores, estacas e solo grampeado, fazemos o orçamento, mas a compra só é concluída após análise e autorização da diretoria”, informa.

Gestão de compras e suprimentos

A coordenadora orienta os profissionais de compras a seguirem os procedimentos da ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001 e do PBPQ-H – Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade no Habitat.

“Em nossa empresa costumamos dizer que compramos pelo melhor preço sem deixar a qualidade de lado. Ou seja, buscamos o melhor custo dentre as opções reais”, informa.

Plataforma para gestão de compras

Certificação

Para tanto, a escolha dos fornecedores deve levar em conta as características dos produtos oferecidos, dos fabricantes e dos distribuidores.

Os produtos devem atender às normas técnicas da ABNT e apresentar certificados e licenças ambientais pertinentes ao seu segmento.Já os fabricantes precisam comprovar que seus produtos são homologados e que têm registro no CNPJ.

Além disso, o comprador deve avaliar se a indústria tem capacidade de atender a demanda, cumprir prazos de entrega e qualquer outra necessidade pertinente ao produto.

No caso dos distribuidores, o comprador é orientado a certificar se eles são autorizados pelo fabricante e se trabalham com produtos homologados. “É importante exigir carta de vínculo com o fabricante quando se trata de produtos ambientais”, alerta.


Redação AECweb / Construmarket


Colaboração técnica

Bianca Regina C. Rodrigues – Coordenadora do Departamento de Suprimentos – divisão de compras da MBigucci Construtora e Incorporadora. Faz graduação em processos gerenciais na FGV – Fundação Getúlio Vargas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *