De acordo com Alexandre Tomazeli, engenheiro civil e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em alguns casos vale a pena contratar um serviço – consultoria, desenvolvimento de compatibilização de projetos ou de processos. “Estes trabalhos são elaborados por profissionais que podem ou não ser autônomos ou de empresas de consultoria e projetos. É mais vantajoso para a construtora adquirir esses serviços do que manter funcionários internos executando as tarefas.
Já a terceirização é focada na produção da obra, como serviços esporádicos de estrutura, alvenaria, revestimentos, instalações e acabamento. Muitas vezes, não é viável para as construtoras manterem uma equipe de funcionários para desempenhar essas funções, em face ao alto custo indireto de funcionários próprios. Nesse caso, a empresa terceiriza, fiscaliza e gerencia esses trabalhos, obtendo um melhor custo-benefício”, diz.
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Muitas vezes, não é viável para as construtoras manterem uma equipe de funcionários para desempenhar essas funções, em face ao alto custo indireto de funcionários próprios. Nesse caso, a empresa terceiriza, fiscaliza e gerencia esses trabalhos, obtendo um melhor custo-benefício Alexandre Tomazeli
A locação de equipamentos, segundo Tomazeli, como gruas e guindastes, pode conter também mão de obra especializada para a montagem e desmontagem, assim como a aquisição de equipe habilitada para operação e manutenção, tornando-se assim uma aquisição de serviços. “Entre os principais serviços adquiridos estão os projetos, segurança do trabalho, consultoria técnica nas etapas de obra, consultoria em qualidade, serviços de portaria, seguros, fornecimento de concreto entre outros. Entre os serviços terceirizados estão, usualmente, toda a equipe de produção da obra como fundação, estrutura, alvenaria, instalações, impermeabilização, acabamento, fachadas, ou seja – a equipe que produz o empreendimento, a edificação em si”.
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QUALIDADE
O importante no momento de terceirizar um serviço é a garantia da qualidade prestada. “Para isso, é essencial o treinamento da mão de obra. Infelizmente existem no mercado empresas terceirizadas que não fornecem a qualidade desejável, muito menos treinamento e reciclagem de processos de sua mão de obra. O ideal é a construtora ter sua própria equipe e não terceirizar, assegurando a capacitação e motivação dos seus funcionários. O que, muitas vezes, não ocorre com as terceirizadas”, diz o engenheiro.
As construtoras, na maioria das vezes, vão direto ao preço final, sem avaliar a competência, experiência e qualidade do terceirizado, o que acaba resultando em uma obra com patologias e desperdícios Alexandre Tomazeli
Não é possível classificar o que deve e o que não deve ser terceirizado. “É necessário que as construtoras tenham consciência da importância da contínua fiscalização, treinamento da mão de obra e pagamento justo, para que se obtenha a qualidade dentro dos padrões exigidos pelas normas técnicas. Na hora de contratar um serviço ou terceirizar, alguns critérios como saber se a mão de obra possui treinamento contínuo podem ajudar. Também é importante checar a capacitação técnica de quem realiza a cotação na construtora, inclusive sobre as normas técnicas, para que seja feita uma boa compra e ocorram menos falhas”, afirma o professor que completa: “As construtoras, na maioria das vezes, vão direto ao preço final, sem avaliar a competência, experiência e qualidade do terceirizado, o que acaba resultando em uma obra com patologias e desperdícios”.
RISCOS E CUIDADOS
Para Tomazeli, um dos riscos atuais na contratação de serviços de mão de obra é a proliferação de trabalhadores estrangeiros nos canteiros. “Entendo que os órgãos públicos deveriam ficar mais atentos a esse movimento que está acontecendo no setor. As construtoras devem atender as normas e leis trabalhistas, principalmente quanto às normas regulamentadoras de segurança do trabalho”.
O treinamento desses parceiros visa a excelência nos serviços prestados com o mínimo de desperdício. Para isto, existe consultoria específica em todas as fases da obra. É necessário investir em intelectualidade, técnicos qualificados, consultoria de qualidade, planejamento adequado e evitar ao máximo sempre o conhecido engenheiro ou arquiteto ‘tocador’ de obra Alexandre Tomazeli
Cuidados como conhecer o fornecedor de serviços e a empresa terceira, e manter uma relação de parceria com fornecedores comprovadamente sérios podem evitar transtornos. “É de extrema importância para ocorrer uma simbiose, resultando em qualidade. Fazer leilão de compras de serviços e de mão de obra terceirizada tem como consequência a péssima qualidade e patologias em obras”, afirma o engenheiro. Ele recomenda que a construtora invista e desenvolva prestadores de serviços e empresas terceiras.
“O treinamento desses parceiros visa a excelência nos serviços prestados com o mínimo de desperdício. Para isto, existe consultoria específica em todas as fases da obra. É necessário investir em intelectualidade, técnicos qualificados, consultoria de qualidade, planejamento adequado e evitar ao máximo sempre o conhecido engenheiro ou arquiteto ‘tocador’ de obra”.
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Redação AECweb / Construmarket
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Colaborou para esta matéria
Alexandre Tomazeli – Engenheiro Civil formado pela UNIP-Objetivo, em 1993, – Campus Bacelar – SP. Mestrando no IPT – Instituto Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, na área de Concentração em Tecnologia das edificações – previsão de término 1º semestre/2015.
Especialista Lato Sensu em Tecnologia do concreto: desenvolvimento de traços, concretos de grandes volumes e patologia e terapia do concreto pela Universidade de São Paulo – junho/1997. Edificações: Longevidade e Excelência na Universidade Presbiteriana Mackenzie – Junho/2006. Desde 2008 é sócio diretor técnico da Toten – Tomazeli Tecnologia e Engenharia Ltda.