Correta especificação garante negociação transparente

Engenheiros vendo uma boia clara de vidro em seu empreendimento.
Engenheiros vendo uma boia clara de vidro em seu empreendimento.

“É fundamental que o profissional se mantenha atualizado e entenda a correta especificação, que o vidro não é apenas um material transparente usado para fechar vãos. Ao ter conhecimento disso, ele pode melhorar muito o desempenho da edificação, aplicando um produto que irá agregar benefícios ao projeto — tanto no aspecto da segurança (temperado e laminado), como na questão do conforto térmico e acústico (vidros de controle solar, laminados e insulados), entre outros atributos. Resumindo, o profissional precisa saber que o vidro pode oferecer muito mais. Afinal, o investimento maior hoje certamente representa grande economia em um curto espaço de tempo”.

A recomendação é do gerente Técnico da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravibro), Silvio Ricardo Bueno de Carvalho.

Carvalho explica que antes da compra, as construtoras devem ficar atentas para a correta aplicação do produto de acordo com o que estabelece a ABNT NBR 7199 – Projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil –, norma utilizada para especificação quanto ao tipo de vidro e sua espessura.

“É fundamental ter conhecimento sobre a utilização dos vidros de segurança laminados ou aramados em guarda-corpos, coberturas e em vãos do chão até a altura de 1,10 m nas fachadas a partir do primeiro pavimento. Outro ponto importante é estabelecer a correta espessura do material, que é dimensionada em função das pressões de vento no local e pela forma como será instalado”, afirma.

É fundamental ter conhecimento sobre a utilização dos vidros de segurança laminados ou aramados em guarda-corpos, coberturas e em vãos do chão até a altura de 1,10 m nas fachadas a partir do primeiro pavimento. ”

Já para atender os requisitos da ABNT NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho, é importante conhecer as propriedades térmicas do material a ser aplicado em fachadas, janelas e coberturas.

“O vidro de controle solar tem propriedades que controlam a entrada de calor e luz nos ambientes, proporcionando conforto térmico e economia na iluminação e no ar-condicionado. Para atender a estes requisitos, é fundamental contar com a ajuda de um profissional que auxilia na especificação correta dos vidros e na melhor forma de instalá-los com segurança. Em relação ao conforto acústico, é preciso optar por esquadrias e vidros adequados ao tipo de barulho do local da construção para conseguir atender aos requisitos estabelecidos em norma”, menciona o gerente.

Especificação correta para comprar

Mesmo após a correta especificação, antes de realizar a compra, o profissional responsável deve estar atento se o produto que será adquirido atende às normas ABNT NBR 14697 — Vidro laminado; ABNT NBR 14698 — Vidro temperado; ABNT NBR 16015 — Vidro insulado – Características, requisitos e métodos de ensaio; e ABNT NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos, classificação e métodos de ensaio.

“No caso do vidro temperado, o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) é uma evidência de que o produto está em conformidade”, alerta Carvalho e menciona que, normalmente, os profissionais desconhecem as diversas opções que o mercado brasileiro oferece e deixam de explorar todo o potencial que o produto apresenta.

Outro ponto importante é estabelecer a correta espessura do material, que é dimensionada em função das pressões de vento no local e pela forma como será instalado. ”

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Por ser um elemento frágil, o momento de recebimento do material também exige cuidados do comprador.

“É importante atentar se o vidro foi transportado da forma correta. Segundo a ABNT NBR 14696 – Espelhos de prata, não se deve misturar, nos cavaletes de transporte, chapas de espelho com chapas de vidro impresso, cujas superfícies podem danificar a tinta protetora do espelho. Outra recomendação é de que o produto deve ser transportado com inclinação de 6% a 8% em relação ao plano vertical e as chapas necessitam ser intercaladas por materiais que protejam suas superfícies. Além disso, é fundamental fazer uma inspeção visual para identificar possíveis riscos, trincas e lascas nas bordas. O armazenamento na obra também deve seguir as prescrições das normas, como a inclinação e não permitir que o material fique exposto à umidade ou poeira, entre outras, para que seja mantida a qualidade”, fala o gerente.

Para evitar problemas na entrega, o comprador deve avaliar se está recebendo o produto de acordo com o que foi pedido. Na inspeção de recebimento do material, se for identificado algum erro, de quantidade, tamanho ou característica, é preciso contatar o fornecedor para solicitar que o problema seja solucionado.

“Caso o vidro entregue esteja quebrado, o comprador deve contatar o fabricante imediatamente para que as devidas providências sejam tomadas. Além disso, é preciso verificar a questão da instalação de cada tipo de vidro, buscando empresas reconhecidas no mercado. No caso da mão de obra, é importante pesquisar em sites de atendimento ao consumidor para consultar se a empresa tem reclamações e ocorrências registradas”, finaliza Carvalho.


Redação AECweb / Construmarket


Colaborou para esta matéria

Silvio Ricardo Bueno de Carvalho – Profissional experiente na área de normalização de vidros, é gerente Técnico da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro).

Ocupa o cargo de chefe da secretaria do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão responsável por desenvolver e atualizar as normas técnicas relacionadas aos vidros planos sob responsabilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

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