Qualidade e desempenho, determinantes em compras

Homem em um galpão de materiais de construção, olhando para os produtos e anotando.

Os fatores de qualidade e desempenho que devem ser levados em consideração por uma construtora no momento de comprar produtos e serviços dependem da estratégia da área.

“Por exemplo, em alguns itens que têm muita importância em uma obra e, portanto, são estratégicos, a competição é mais comum. É o caso dos serviços de instalação elétrica e hidráulica, drywall, ar condicionado e terraplenagem. É importante também realizar parcerias por longos períodos com empresas fornecedoras de produtos que são comprados em grandes quantidades. Além de garantir melhores preços, isso acarreta, muitas vezes, em prioridade e preferência no fornecimento dos itens que podem estar em falta no mercado”, explica Nilton Nazar, professor do curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia.

A qualidade é, quase sempre, mais importante que o preço. ”

De acordo com Nazar, os fatores de competitividade mudam conforme o produto ou serviço comprado. “Na aquisição de projetos em geral, o preço não deve ser o fator preponderante. Um bom projeto deve custar mais que outros, mas pode evitar problemas futuros e, consequentemente, gastos extras. A qualidade e desempenho são, quase sempre, mais importante que o preço. O bom e barato em compras não existe. O mesmo vale para materiais estruturais como aço, concreto e fundações. Em alguns casos, como já mencionado, é possível adotar a competição e, em outros, estabelecer parcerias ou preferências é mais favorável”.

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Qualidade e desempenho

É preciso detalhar, esmiuçar as informações, principalmente agora que a norma de desempenho ABNT NBR 15 575 está em vigor. ”

A necessidade da empresa no momento da compra influencia na decisão. “Primeiramente, para que uma aquisição seja bem feita é necessário que o material esteja muito bem especificado, o que, muitas vezes, não acontece. É preciso detalhar, esmiuçar as informações, principalmente agora que a norma de desempenho ABNT NBR 15 575 está em vigor. É preciso que o departamento de compras e suprimentos tenha bem definido o que vai ser comprado. Às vezes, o engenheiro da obra pede um material e a área de suprimentos entende outra coisa. Portanto, a integração entre as áreas de engenharia e suprimentos é muito importante para o sucesso dos negócios”, afirma o professor.

Eu, particularmente, depois de 40 anos de formado, acho que o ideal para ser um bom gerente de suprimentos é que ele já tenha experiência em obra, já tenha vivido o dia a dia da construção. Isso ajuda o profissional no momento de comprar. ”

É relevante, segundo Nazar, que o profissional de compras tenha conhecimento sobre o setor. “Eu, particularmente, depois de 40 anos de formado, acho que o ideal para ser um bom gerente de suprimentos é que ele já tenha experiência em obra, já tenha vivido o dia a dia da construção. Isso ajuda o profissional no momento de comprar”, diz.

Depois de conhecer bem o material, é importante saber sobre o desempenho e realizar uma boa concorrência e negociação. “Esses fatores podem baixar os custos. É claro que uma grande empresa, que negocia muitos itens, de várias obras, normalmente, consegue melhores valores. Uma boa negociação inclui checar se os preços dos produtos estão, realmente, compatíveis com o do mercado. E isso não é fazer pechincha – apesar de muitas empresas entenderem que sim. É preciso ficar atento aos preços e saber que barganhar para conseguir sempre o melhor custo não é uma opção necessariamente vantajosa”, comenta o professor que acrescenta:

“Muitas vezes o estrangulamento do fornecedor acarreta prejuízo da qualidade e desempenho do produto ou serviço comprado”.

CRONOGRAMA O cronograma de entrega do produto na obra merece atenção, pois, quando a entrega ocorre antecipadamente, é acumulado material na obra, gerando gasto desnecessário para a construtora.

Já quando a entrega demora, corre-se o risco de a obra ficar parada, esperando o material e deixando a mão de obra ociosa. ”

Volume de compra

Compras realizadas para vários empreendimentos que estão sendo construídos, simultaneamente, ajudam na redução dos preços dos materiais. “É como comprar no atacado e no varejo. A maior quantidade acaba proporcionando a redução de custos. As empresas de maior porte acabam tendo a chance de realizar melhores compras. Mas, às vezes, nas empresas menores, quando os próprios donos realizam as aquisições, chega-se a um bom desempenho também”, afirma o professor.

EVITE COMPRAS EMERGENCIAIS Toda vez que a compra é emergencial a negociação é ruim. “Muitas vezes fica perceptível para o fornecedor que a compra é urgente e ele pode se beneficiar disso. É claro que isso não acontece com todos. Mas a compra de última hora sempre deve ser evitada. Um bom planejamento define o momento de comprar e da chegada do material. Essa é uma boa estratégia de suprimentos feita em conjunto com o gerenciador da obra”, explica Nazar.


Redação AECweb / Construmarket


Colaborou para esta matéria

Nilton Nazar – Possui graduação em engenharia civil pela Escola de Engenharia Mauá (1972), Mestre em habitação pelo IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – com graduação em administração de empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1979).

Atualmente é diretor da Hold Engenharia Ltda e professor da Escola de Engenharia Mauá. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Engenharia Civil.

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