Empreendimentos de alto padrão

Casa luxuosa com uma piscina ao lado.

Comprar materiais para obras de alto padrão requer atenção máxima dos profissionais envolvidos, uma vez que, em geral, são usados materiais que não costumam estar presentes em construções convencionais e que não poderão ser aproveitados em outros projetos.

“Para evitar sobras, os cuidados iniciam com a especificação correta dos produtos desde quantidade, volume e cor, até marca e data de utilização, entre outros critérios”, afirma o engenheiro Leonardo Lobato, coordenador de Engenharia da RKM Engenharia (MG).

Ele alerta que a regra para controlar as entregas dos materiais para que não ocorram atrasos é tão importante quanto seu armazenamento em canteiro.

“Se estocados por um longo período na obra, correm risco de danos”, diz. Em alguns casos, a procura por um produto que atenda à especificação do projeto de alto padrão pode levar dias ou até meses.

Com o objetivo de respeitar as normas técnicas, muitas vezes é necessário criar protótipos para a realização de ensaios. Em outras, pode ser necessário o desenvolvimento de algum material com características muito particulares. “Aí, sim, precisamos de um bom parceiro”, comenta Lobato.

Aproveitamento

Quando sobram, materiais e sistemas especificados para empreendimentos de luxo são de difícil aproveitamento em outro projeto. “Temos que manter um pequeno estoque de reposição, mas não podemos deixar sobrar materiais”, destaca o engenheiro.

Para evitar sobras, os cuidados iniciam com a especificação correta dos produtos desde quantidade, volume e cor até marca e data de utilização, entre outros critérios. ” Leonardo Lobato

Exemplos de materiais que não poderão ser utilizados em outras obras – mesmo que muito parecidas –, são bancadas, revestimentos de piso e parede, marcenarias, vidros e espelhos, entre outros.

“Sistemas como automação, ar-condicionado, áudio, vídeo e circuito fechado de TV (CFTV) são, em sua maioria, projetados para aquela unidade específica”, acrescenta.

Louças, metais e luminárias são exemplos de itens que permitem um possível aproveitamento. “Ainda assim, é uma tarefa difícil, pois teríamos de adequar as especificações e conceitos de outro projeto aos materiais. Na RKM nem levamos isto em consideração, pois cada projeto é único”, enfatiza.

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Nacionais de alto padrão

De acordo com o engenheiro, o mercado oferece ampla gama de produtos nacionais para atender ao segmento de empreendimentos residenciais e corporativos de alto padrão.

“Como atuamos no estado de Minas Gerais, pode acontecer de buscarmos soluções no Rio de Janeiro e em São Paulo. São muitas as opções, até porque visamos novas soluções que possam agregar qualidade ao imóvel”, diz.

Os contratos feitos com fornecedores desse tipo de produto geralmente não preveem margem para devolução, no caso de sobras. Esse controle rígido é útil, pois a obra deve arcar com reposições e possíveis sobras.

Importação de produtos de alto padrão

Segundo Lobato, trabalhar com projetos diferenciados aumenta ainda mais a exigência de controle.

A entrega no canteiro de um item importado fora de especificação ou danificado pode gerar grandes atrasos ou prejuízos – outra razão para se estocar de forma correta e manter os materiais protegidos de furtos.

“Os responsáveis pelos almoxarifados devem ser treinados para receber os produtos, estocar de forma adequada e controlar os estoques. Temos procedimentos para requisição, compra, recebimento, estocagem e utilização”, conta.

Os responsáveis pelos almoxarifados devem ser treinados para receber os produtos, estocar de forma adequada e controlar os estoques. ” Leonardo Lobato

Para evitar que falte ou sobre produto importado, devem ser considerados alguns critérios. O engenheiro elenca os essenciais: “é preciso fazer um bom levantamento, seguido pelas compatibilizações de projetos para evitar alterações após o recebimento, além de conhecimento dos índices de perda atrelados ao controle da produção para evitar desperdício”.

A aquisição de sistemas, como piso aquecido ou automação de janelas e persianas, oferece menos surpresas, pois obedece a projetos com claras especificações, inclusive de cálculos e dimensões. “Além disso, já estão bem desenvolvidos”, comenta.

Os sistemas construtivos devem atender à norma de desempenho ABNT NBR 15575. “Se produtos e sistemas não tiverem laudos que atestem o atendimento da normativa, será preciso ensaiar em laboratório. Fora isso, algumas adequações podem ser necessárias para atender aos projetos de luxo, mas existem bons fabricantes no mercado”, conclui Leonardo Lobato.

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Redação AECweb / Construmarket


Colaboração técnica

Leonardo Lobato – Engenheiro civil pela Escola de Engenharia Kennedy, Belo Horizonte (2006), com pós-graduação em Gestão de Projetos pela Universidade Fumec e em Novas Tecnologias pela Universidade Federal de Minas Gerais. É coordenador de Engenharia da RKM Engenharia.

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